A tecnologia reduz o impacto ambiental com baixo consumo de energia e dura de 15 a 25 mil horas sem necessidade de manutenção

Lâmpadas-LED

Gastar menos e gerar mais. Pode até parecer slogan publicitário, mas trata-se do conceito de eficiência que a tecnologia LED leva ao setor de iluminação. Em comparação com as tradicionais incandescentes, por exemplo, as lâmpadas de LED consomem 90% menos de energia. O dado, por consequência, também reduz o impacto ambiental e a conta no final do mês.

Segundo Isac Roizenblatt, diretor da Abilux (Associação Brasileira da Indústria da Iluminação), o LED já supera, em eficiência energética, os demais modelos de lâmpadas usuais do mercado — incluindo fluorescentes compactas, de vapor metálico e a vapor de sódio em alta pressão. “Hoje os LEDs não são uma alternativa, mas sim a solução como fonte de luz para obter eficiência energética”, assegura.

A sua vida útil pode variar de 15 a 25 mil horas, sendo a mais longa entre todas as tecnologias

Pedro Sega

A eficiência energética do LED contribui diretamente com o fator sustentabilidade, pois diminui o impacto ambiental. Fora isso, o LED também se destaca pela durabilidade. “A sua vida útil pode variar de 15 a 25 mil horas, sendo a mais longa entre todas as tecnologias”, afirma Pedro Sega, gerente de produtos do portfólio de lâmpadas Osram.

ENERGIA CONVERTIDA EM LUZ

O LED é um componente eletrônico que possui um díodo emissor de luz — significado da sigla LED, do inglês Light Emitting Diode — e prótons e elétrons que são conduzidos a esse díodo para que ocorra uma explosão em forma de luz. “Ou seja, todo o processo é voltado para gerar iluminação. Essa é a grande mágica ou segredo que liga o LED com a sustentabilidade”, revela Felipe Bogarim Borin, gerente nacional de vendas da Brilia.

Teremos uma nova paisagem luminosa nos ambientes

Isac Roizenblatt

Toda energia que uma lâmpada de LED utiliza é convertida em luz. O fato esclarece a eficácia energética dessa tecnologia. “Numa incandescente convencional de 50 Watts – aquilo que sai do facho de luz –, 5% é luz e 80% é calor. Já com o LED, todo o processo de trabalho é voltado para geração de luz”, compara Borin. “Também não emitem raio ultravioleta e nem infravermelho, fatores estes que reduzem o impacto ao meio ambiente”, completa Sega.

DESCARTE DO LED

Por ter alta durabilidade, a lâmpada de LED possui menor índice de descarte no meio ambiente — sem contar que todos os seus componentes podem ser reciclados. Ao final da vida útil, o produto deverá seguir a logística reversa prevista para eletroeletrônicos. “A lâmpada deve ser desmembrada e cada tipo de material ser destinado ao seu tipo de reciclagem específico”, explica Sega.

APLICAÇÃO E MANUTENÇÃO

As lâmpadas de LED — assim como módulos e luminárias com LED — podem ser utilizadas em praticamente todos os tipos de aplicações, em áreas internas ou externas. “Sua alta eficiência a torna especialmente interessante para locais que demandam grande gasto energético, como fábricas, shoppings centers e comércios em geral”, diz Sega.

Porém, como o IRC (Índice de Reprodução de Cores) do LED é menor do que de outras tecnologias — como da halógena —, ele torna-se menos recomendado para projetos que exijam alta reprodução de cor ou maior brilho. Além disso, o LED não suporta altas temperaturas. “Mesmo trabalhando com um corpo dissipador, ele limita-se a temperaturas de -20°C e 40°C”, conta Sega.

Não emitem raio ultravioleta e nem infravermelho, fatores estes que reduzem o impacto ao meio ambiente

Pedro Sega

Outro fator que pode ser desfavorável é o preço menos competitivo do LED — o custo de uma lâmpada varia entre R$ 40 e R$ 160. No entanto, essa questão torna-se relativa se o consumidor considerar a baixa necessidade de manutenção. Borin diz que, em casas e apartamentos com pé-direito duplo, por exemplo, a troca da lâmpada não é tão simples quanto subir numa escada — há casos onde é preciso colocar um andaime na sala da pessoa. “Com um produto que vai durar muito mais tempo (LED), a manutenção se torna muito simples”, esclarece. “Em shopping centers, também a exemplo, essas manutenções ocorrem após o fechamento do estabelecimento. Ou seja, a mão de obra é bem mais cara, as instalações são mais complexas e as exigências com os seguranças são maiores. Logo, quanto mais o produto durar, mais sustentável a manutenção fica e maior é a redução de custo”, finaliza Borin.

TABELA COMPARATIVA

Tecnologias de iluminação           Incandescentes Halógenas           Fluorescentes   Fluorescentes compactas            LED’s

Eficiência (lm/W)             12-15     17-20     70-115  45-60     80-140

Vida (x1.000)     1              2-3         7-15       6-12       15-50

Preço (R$)           2-4          5-20       8-20       6-18       40-60

Dados: Associação Brasileira da Indústria da Iluminação (Abilux).

VERSATILIDADE E PENETRAÇÃO NO MERCADO

Leds

O LED vem ampliando os modelos de luminárias do mercado. A flexibilidade da tecnologia do díodo emissor de luz viabiliza o desenvolvimento de produtos para iluminação em formatos inovadores e com dimensões reduzidas. As Fitas de LED, fonte de luz vendida em metro linear, servem como prova. “O LED permite que a gente tenha diversos modelos e formatos para atender diversos mercados e públicos”, observa Borin. “Teremos uma nova paisagem luminosa nos ambientes”, prevê Roizenblatt.

A Abilux estima que a aceitação da tecnologia LED no setor de iluminação deva crescer 30% ao ano. Segundo a entidade, as vantagens energéticas, estéticas e ambientais têm motivado a transformação do mercado. “Há previsões de que, por volta de 2020, 70% do faturamento mundial em iluminação seja de produtos com LED”, aponta Roizenblatt.

Texto: Gabriel Bonafé

Fonte: https://www.aecweb.com.br/revista/materias/led-alia-eficiencia-energetica-e-economia/9773